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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

PREDESTINAÇÃO X LIVRE ARBÍTRIO



1.      O centro do debate não se centraliza na soberania de Deus, mas, no caráter de Deus que é amoroso, este Deus soberano que salva as pessoas incondicionalmente este Deus amoroso infere – Ele salva a todos por causa do Seu caráter amoroso não por uma obrigação. Se Deus salvar as pessoas de forma incondicional Ele se torna um Deus injusto cujo caráter bondoso, amoroso e benevolente é completamente questionável, as teses Arminianas incentivam a vida cristã responsável, enquanto a tese calvinista estimula um fatalismo perigoso. A visão calvinista, destrói os movimentos da conduta cristã responsável. Randall diz que: a concepção calvinista estabelece que o que é deve ser, e exclui as hipóteses de que as coisas poderiam ou deveriam ter sido diferentes. Basinger afirma que: os cristãos que invocam e agem segundo a soberania incondicional de Deus são culpados de um fatalismo arbitrário, inviável e perigoso.

2.     A Confissão de fé de Westminster tipicamente calvinista no capítulo quinto e artigo primeiro afirma que Deus sustenta dirige e governam todas as criaturas e suas ações e todas as coisas desde a maior até a menor: Seu catequizo na pergunta dezoito apresenta a seguinte questão: quais são as obras da providência de Deus?... São as suas formas e maneiras de governar e preservar suas criaturas e suas ações para a Sua própria glória.
         Como Deus pode controlar de forma exaustiva e minuciosamente todas as pessoas e cada uma de suas ações sem ser ao mesmo tempo autor do mal e do pecado? O conceito calvinista de soberania e providência divina incondicional torna Deus lógica e necessariamente o autor do mal e do pecado.
          As institutas livro primeiro capítulo dezoito artigos terceiro Calvino diz: Deus quer que se faça aquilo que Ele Deus proíbe fazer. Será que isso não é o cúmulo da contradição? Deus está correto em querer que façamos algo que Ele mesmo proibiu?
        No livro primeiro capitulo dezesseis artigos nono Calvino faz uma ilustração: imagine um comerciante que tendo adentrado uma região selvagem na companhia de homens de confiança afasta – se imprudentemente dos companheiros e tal erro o leva a ser roubado e morto (latrocínio, roubo seguido de morte) a sua morte não apenas prevista por Deus, mas também determinada por seu decreto. Aqui Deus é o autor do latrocínio não tem como chegar à outra conclusão. Escolhas causadas por Deus não podem ser escolhas legítimas.       Se o calvinista afirma que Deus nos faz escolher coisas voluntariamente, os defensores do Arminianismo dizem que quaisquer escolhas em última análise causada por Deus não podem ser escolhas legitimas, e que, se Deus realmente nos faz tomar as decisões que tomamos então não somos pessoas reais, pois a pessoalidade depende da livre agência. Cottrell diz que: a concepção calvinista de Deus como causa primária, e dos homens como causa secundária, acaba ruindo e gerando uma causa única, Deus. Se o homem usar uma alavanca para mover uma rocha, a alavanca não constituiu realmente uma segunda causa, mas, é apenas um instrumento da verdadeira causa dos movimentos.
        A visão calvinista equivocadamente torna Deus responsável pelo pecado. Aqueles que sustentam a concepção Arminiana pergunta: como pode Deus ser santo se decreta que pequemos? Afirmam eles que Deus não é o autor do pecado, que Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta (Tg 1.13). Deus é luz e não há Nele trevas alguma (1Jo 1.5), O Senhor é reto ... e Nele não há injustiça (Sl 92.15). A concepção de providências divinas defendida acima nos faz marionetes ou robôs e nada mais podemos fazer senão aquilo que Deus nos faz fazer. Isso traz censura moral a Deus, Marshall diz: sou responsável pelo que faz o meu agente. Pinnock diz: é blasfemo sustentar que a rebeldia do homem contra Deus é produto da vontade soberana de Deus, ou de causação primária.
3.      A expiação limitada, ou seja, só para alguns por classes de pessoas e não por cada pessoa do mundo, as Escrituras ensinam isso? Jo 3.16; at 17.30; rm 11.32; 1tm 2. 3-6 e textos semelhantes mostra que Deus quer salvar a todos.
4.    Os cânones de Dort no capítulo primeiro e artigo nove diz que a eleição para a salvação não é baseada em fé prevista. Se Deus não elegeu a todos para a salvação porque não quer isso não depõe contra sua vontade que é boa, perfeita e agradável? Seria boa, perfeita e agradável mandar as pessoas para o inferno sem lhes dar a fé para crer e a possibilidade de arrependimento? Se Deus não elegeu a todos porque não ama a todos isso não mancha o seu caráter e a sua reputação essencialmente amorosa uma vez que Deus é essencialmente amor conforme primeiro a João capítulo quatro?
           Qualquer estudo sobre soteriologia (salvação) dever sempre começar por Jesus o Salvador e considerar o que Ele diz, e toda conclusão teológica que não fizer referências a Ele é no mínimo suspeita.  Existe uma tendência de se usar somente as epístolas especialmente as de Paulo e ignorar o restante das Escrituras. O Deus que elege é o Deus que ama, e Ele ama o mundo. Tornar – se ia válido o conceito de um Deus que arbitrariamente escolhe alguns e desconsidera os demais, deixando – os ir à perdição eterna sem oportunidade de arrependimento, diante de um Deus que ama o mundo?

UM OLHAR TEXTUAL SOBRE LIVRE ARBÍTRIO

          A bíblia nos apresenta textos onde a liberdade do homem visível, portanto este ensaio busca apresentar uma análise discursiva sobre este assunto que a muitos tem obscurecido o caminho da salvação.
        “Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal” (1ª Pedro 2:16) livres no grego (eleutheria) liberdade de fazer como bem entender. Livres é ter como escolher o que quer, que fazer, como fazer, isto é liberdade. O fato de que somos livres é indiscutível.
         Uma liberdade que já está determinada as ações que vão acontecer não é liberdade, se não puder usar a liberdade de escolha então onde está a liberdade?
        Na carta a Filemom Paulo deixa claro a liberdade de ação do homem quando diz que: “Mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por força, mas, voluntário. Vv. 14 Paulo procurou agir de forma que Filemom tivesse escolha de ação, voluntário, em Lucas “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” Lc. 9:23. O “SE” nos mostra a condição de escolha se pega ou não a cruz, se segue ou não a Cristo. Esta liberdade de escolha da salvação nos mostra a responsabilidade de viver como salvo neste mundo, tomando como base Deus amoroso pode se ver que este Deus quer homens livre que o adore e o sirva com atitudes voluntárias.
         A beleza da história da vida de Jó está na liberdade de escolher se continua servindo e adorando a Deus ou se abandona sua fé em Deus. Pense que se Jó já nascera para passar tudo, sem escolha do que fazer por que já estava predestinado:
E você está predestinado a vencer?
Está predestinado a não vencer?
Está predestinado a sofrer para sempre? Sua vida vai mudar um dia se estiver predestinado?
           Pensam-se que as ações humanas são manipuladas por Deus, desta forma o velho homem nunca se torna novo pois sendo que ele sempre foi predestinado a ser novo ou velho, “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. ” 2 Co. 9. 7 quem propôs?  Deus já tinha predeterminado ou o homem propôs em seu coração? Esta liberdade de contribuição partiu de um homem livre ou já predestinado a está contribuindo?
          Deus fez o homem livre ou queria deixar ele pensar que é livre, mesmo não sendo? Js 24 15 “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.”
           Não é intenção esgotar o assunto, e sim deixar um caminho a ser pensado e buscar sim uma explicação mais plausível para este longo e duradouro assunto que a muitos tem deixados confusos sobre se é ou não predestinado a ser salvo,

texto escrito por: Pr. Cleiton
                            Pr. Josselino Andrade
         
           
      
 Bibliografia:
Wayne Grudem, Teologia Sistemática atual e exaustiva.
Stanley M. Horton, Teologia Sistemática.
Os cânones de Dort
As institutas.
A Bíblia de estudos palavras chave, hebraico e grego. Editora CPAD.