1. O centro do debate não se centraliza na
soberania de Deus, mas, no caráter de Deus que é amoroso, este Deus soberano que
salva as pessoas incondicionalmente este Deus amoroso infere – Ele salva a
todos por causa do Seu caráter amoroso não por uma obrigação. Se Deus salvar as
pessoas de forma incondicional Ele se torna um Deus injusto cujo caráter
bondoso, amoroso e benevolente é completamente questionável, as teses Arminianas
incentivam a vida cristã responsável, enquanto a tese calvinista estimula um
fatalismo perigoso. A visão calvinista, destrói os movimentos da conduta cristã
responsável. Randall diz que: a concepção calvinista estabelece que o que é
deve ser, e exclui as hipóteses de que as coisas poderiam ou deveriam ter sido diferentes.
Basinger afirma que: os cristãos que invocam e agem segundo a soberania
incondicional de Deus são culpados de um fatalismo arbitrário, inviável e
perigoso.
2. A Confissão de fé de Westminster
tipicamente calvinista no capítulo quinto e artigo primeiro afirma que Deus sustenta
dirige e governam todas as criaturas e suas ações e todas as coisas desde a
maior até a menor: Seu catequizo na pergunta dezoito apresenta a seguinte
questão: quais são as obras da providência de Deus?... São as suas formas e
maneiras de governar e preservar suas criaturas e suas ações para a Sua própria
glória.
Como Deus pode controlar de forma
exaustiva e minuciosamente todas as pessoas e cada uma de suas ações sem ser ao
mesmo tempo autor do mal e do pecado? O conceito calvinista de soberania e
providência divina incondicional torna Deus lógica e necessariamente o autor do
mal e do pecado.
As institutas livro primeiro capítulo
dezoito artigos terceiro Calvino diz: Deus quer que se faça aquilo que Ele Deus
proíbe fazer. Será que isso não é o cúmulo da contradição? Deus está correto em
querer que façamos algo que Ele mesmo proibiu?
No livro primeiro capitulo dezesseis
artigos nono Calvino faz uma ilustração: imagine um comerciante que tendo
adentrado uma região selvagem na companhia de homens de confiança afasta – se
imprudentemente dos companheiros e tal erro o leva a ser roubado e morto
(latrocínio, roubo seguido de morte) a sua morte não apenas prevista por Deus,
mas também determinada por seu decreto. Aqui Deus é o autor do latrocínio não
tem como chegar à outra conclusão. Escolhas causadas por Deus não podem ser
escolhas legítimas. Se o calvinista afirma que Deus nos faz escolher coisas
voluntariamente, os defensores do Arminianismo dizem que quaisquer escolhas em
última análise causada por Deus não podem ser escolhas legitimas, e que, se
Deus realmente nos faz tomar as decisões que tomamos então não somos pessoas
reais, pois a pessoalidade depende da livre agência. Cottrell diz que: a
concepção calvinista de Deus como causa primária, e dos homens como causa
secundária, acaba ruindo e gerando uma causa única, Deus. Se o homem usar uma
alavanca para mover uma rocha, a alavanca não constituiu realmente uma segunda
causa, mas, é apenas um instrumento da verdadeira causa dos movimentos.
A visão calvinista equivocadamente
torna Deus responsável pelo pecado. Aqueles que sustentam a concepção Arminiana
pergunta: como pode Deus ser santo se decreta que pequemos? Afirmam eles que
Deus não é o autor do pecado, que Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele
mesmo a ninguém tenta (Tg 1.13). Deus é luz e não há Nele trevas alguma (1Jo
1.5), O Senhor é reto ... e Nele não há injustiça (Sl 92.15). A concepção de
providências divinas defendida acima nos faz marionetes ou robôs e nada mais
podemos fazer senão aquilo que Deus nos faz fazer. Isso traz censura moral a
Deus, Marshall diz: sou responsável pelo que faz o meu agente. Pinnock diz: é
blasfemo sustentar que a rebeldia do homem contra Deus é produto da vontade
soberana de Deus, ou de causação primária.
3. A expiação limitada, ou seja, só para
alguns por classes de pessoas e não por cada pessoa do mundo, as Escrituras
ensinam isso? Jo 3.16; at 17.30; rm 11.32; 1tm 2. 3-6 e textos semelhantes
mostra que Deus quer salvar a todos.
4. Os cânones de Dort no capítulo primeiro e
artigo nove diz que a eleição para a salvação não é baseada em fé prevista. Se
Deus não elegeu a todos para a salvação porque não quer isso não depõe contra
sua vontade que é boa, perfeita e agradável? Seria boa, perfeita e agradável
mandar as pessoas para o inferno sem lhes dar a fé para crer e a possibilidade
de arrependimento? Se Deus não elegeu a todos porque não ama a todos isso não
mancha o seu caráter e a sua reputação essencialmente amorosa uma vez que Deus
é essencialmente amor conforme primeiro a João capítulo quatro?
Qualquer estudo sobre soteriologia
(salvação) dever sempre começar por Jesus o Salvador e considerar o que Ele diz,
e toda conclusão teológica que não fizer referências a Ele é no mínimo
suspeita. Existe uma tendência de se
usar somente as epístolas especialmente as de Paulo e ignorar o restante das
Escrituras. O Deus que elege é o Deus que ama, e Ele ama o mundo. Tornar – se
ia válido o conceito de um Deus que arbitrariamente escolhe alguns e
desconsidera os demais, deixando – os ir à perdição eterna sem oportunidade de
arrependimento, diante de um Deus que ama o mundo?
UM OLHAR TEXTUAL SOBRE LIVRE ARBÍTRIO
A bíblia nos apresenta textos onde a
liberdade do homem visível, portanto este ensaio busca apresentar uma análise
discursiva sobre este assunto que a muitos tem obscurecido o caminho da
salvação.
“Vivam como
pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para
fazer o mal” (1ª Pedro 2:16) livres no grego (eleutheria) liberdade de fazer como
bem entender. Livres é ter como escolher o que quer, que fazer, como fazer,
isto é liberdade. O fato de que somos livres é indiscutível.
Uma liberdade que
já está determinada as ações que vão acontecer não é liberdade, se não puder
usar a liberdade de escolha então onde está a liberdade?
Na carta a Filemom
Paulo deixa claro a liberdade de ação do homem quando diz que: “Mas nada quis
fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por força,
mas, voluntário. Vv. 14 Paulo procurou agir de forma que Filemom tivesse
escolha de ação, voluntário, em Lucas “E dizia a todos: Se alguém quer vir após
mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” Lc. 9:23. O
“SE” nos mostra a condição de escolha se pega ou não a cruz, se segue ou não a
Cristo. Esta liberdade de escolha da salvação nos mostra a responsabilidade de
viver como salvo neste mundo, tomando como base Deus amoroso pode se ver que
este Deus quer homens livre que o adore e o sirva com atitudes voluntárias.
A beleza da
história da vida de Jó está na liberdade de escolher se continua servindo e
adorando a Deus ou se abandona sua fé em Deus. Pense que se Jó já nascera para
passar tudo, sem escolha do que fazer por que já estava predestinado:
E você está predestinado a vencer?
Está predestinado a não vencer?
Está predestinado a sofrer para sempre? Sua vida vai mudar um
dia se estiver predestinado?
Pensam-se que as ações humanas são manipuladas
por Deus, desta forma o velho homem nunca se torna novo pois sendo que ele
sempre foi predestinado a ser novo ou velho, “Cada um contribua segundo propôs
no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá
com alegria. ” 2 Co. 9. 7 quem propôs? Deus já tinha predeterminado ou o homem propôs
em seu coração? Esta liberdade de contribuição partiu de um homem livre ou já
predestinado a está contribuindo?
Deus fez o homem
livre ou queria deixar ele pensar que é livre, mesmo não sendo? Js 24 15 “Porém,
se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem
sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou
aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa
serviremos ao SENHOR.”
Não é intenção
esgotar o assunto, e sim deixar um caminho a ser pensado e buscar sim uma
explicação mais plausível para este longo e duradouro assunto que a muitos tem
deixados confusos sobre se é ou não predestinado a ser salvo,
texto escrito por: Pr. Cleiton
Pr. Josselino Andrade
Bibliografia:
Wayne
Grudem, Teologia Sistemática atual e exaustiva.
Stanley
M. Horton, Teologia Sistemática.
Os
cânones de Dort
As
institutas.
A
Bíblia de estudos palavras chave, hebraico e grego. Editora CPAD.