O educador cristão precisa de uma pedagogia de
qualidade como instrumento de seu ministério, se utilizar o modelo brasileiro não
obterá grandes resultado, sendo que este sempre mostra uma instância entre
ensino e aprendizado, na prática do discipulato os resultados são que, ambos se
aprendem educador e educando. Sobre este assunto diz Zabatiero (2009, p. 25). A
análise das atividades educacionais na igreja, em geral, demonstra que
utilizamos uma pedagogia antiquada, incapaz de atingir os objetivos da educação
cristã. Basicamente uma cópia do tradicional modelo pedagógico escolar
brasileiro privilegia o intelecto e o teórico em detrimento do existencial e do
concreto. Pois não capacita o aluno a viver comunitariamente nem entender
plenamente sua realidade para poder transformá-la. Na aplicação pedagógica do
discipulato o ensino pretende capacitar ao aluno para viver em sociedade de
forma mais humana nos relacionamentos sociais.
Prince (1998, p. 6) diz
que “Ninguém esteve mais bem preparado, e ninguém se mostrou mais idôneo para
ensinar do que Jesus. No que toca às qualificações, bem como noutros mais
respeitos, Jesus foi o mestre ideal”. Isto é verdade tanto da percepção do divino
quanto na do humano. No sentido mais profundo, Jesus foi um mestre vindo da
parte de Deus.
Muitos elementos contribuíram para
prepará-lo eficientemente para o magistério. Alguns elementos eram meramente
humanos; outros, divinos; alguns lhe eram inerentes, e outros ele o desenvolveu.
Quando se considera isto, se sente estimulados e inspirados para cumprir nossa
tarefa de professor sabendo que na caminhada haverá desenvolvimento para tal,
sendo Cristo o modelo como o mestre mais bem formado e estruturado como professor.
Ele deixa esse exemplo de conhecimento, no desenvolvimento metodológico e
espiritual. Desta forma sua influência na vida dos alunos foi fixada, pelos
seus atributos, como professor. Os métodos aplicados por Cristo para formar,
transformar vidas foram os mais variados. “Como mestres humanos podemos demonstrar em
nossa vida o delineamento do Cristo que mora em nós. Somente assim podemos
estar na altura deste primeiro teste de habilitação ou idoneidade” Prince
(1998, p. 8).
A INFLUÊNCIA DO EXEMPLO NA PEDAGOGIA
Quando o professor consegue demonstrar,
através de atitude e comportamento, e procura colocar na prática, os princípios
que ensina em classe, seus alunos verificarão que é possível praticar a bíblia
no dia a dia. Pois como bem afirma Prince (1998, p. 7) “O elemento mais
importante na qualificação de qualquer professor é justamente aquilo que ele é
em si”.
Todos
reconhecem que um só exemplo vale por cem ou mil conselhos. Jesus foi à
encarnação viva da verdade. Ele disse: "Eu
sou... a verdade" (João 14:6). Ele foi cem por cento, aquilo que ensinou.
Seja qual fosse o assunto, ele o encarnava e ensinava com transbordamento de
toda a sua vida.
Contudo,
educação não é apenas o processo de transferir conhecimentos acadêmicos, mas
todo conjunto de instruções, disciplinas e práticas que visam preparar a
próxima geração para cumprir um ideal mais elevado. Jesus sempre ensinou com
seu exemplo no dia a dia, falar e fazer este são os métodos de Jesus, a
utilização da corporeidade das palavras para o discipulato, visa uma visão de
possibilidade aplicativa na prática diária do aluno, sendo que o aluno será
cópia do seu discipulador. Sobre o comportamento do professor em sala de aula, Grispino
(1998, p. 76) diz que.
O professor influencia o aluno com a sua
personalidade e exemplo de vida. Deste modo, deve ele se preocupar com as
atitudes positivas ou negativas, opiniões, preconceitos, valorizações das
coisas que, realmente, são significativas, sua maneira de vestir, sua atitude
como pessoa. O aluno aprende mais com que o professor faz do que com que ele
fala. Ele é o modelo que, muitas vezes é imitado inconscientemente pelo aluno.
Ao copiar o
professor o aluno passa a praticar o que lhe foi ensinado via modelo de vida,
de forma inconsciente, mas ensinado por via do exemplo, desta forma alerta Freire
(2006, p. 103) sobre a prática do docente: “Assim como não posso ser professor
sem me achar capacitado para ensinar certo e bem os conteúdos de minha
disciplina não posso, por outro lado, reduzir minha prática docente ao puro
ensino daqueles conteúdos”. Esse é
apenas um momento de atividade pedagógica. Tão importante quanto ele, o ensino
dos conteúdos, é o testemunho ético ao ensiná-los. É a decência no fazer. Tão
importante quanto o ensino dos conteúdos é a coerência na classe. A coerência
entre o que diz, escreve e faz.
“A educação geralmente se
preocupa em fazer com que as pessoas saibam o que os seus professores sabem, a educação
cristã quer ajudar as pessoas a se tornarem o que os seus professores são”, afirma Lawrence (1996, p. 25).
Desta forma Pode-se ainda dizer que todo educador que se nega a ser modelo
aborta o processo educacional e compromete a aprendizagem de seus educandos.
Todo discípulo é uma pessoa, que aprende a viver do mesmo modo que seu mestre.
Portanto, o ensino, o discipulado e a educação não pode ser apenas transmissão
de conhecimentos e de informações, é uma transmissão de vida, onde os conceitos
são transferidos via modelo, coerência e exemplo. O verdadeiro discípulo não é
o que chegou, a certo nível de conhecimento, mas é aquele que aprendeu a ser
como seu mestre.